Você está em: Home >>>> Profissionais de Saúde >>>> Revista Médica >>>> Número 35 - Volumes 3 e 4 >>>> Poster - Avaliação do Fluxo Sanguíneo Intra-renal em Gestantes Diabéticas
Rooij Mansur VA, Laun IC, Pinheiro MAM, Mansur J, Farias MLF
INTRODUÇÃO: Diabetes Gestacional (DG) é definido como intolerância à glicose de grau variável com início ou primeiro reconhecimento durante a gestação incidindo em 3% a 4% das gestações enquanto a intolerância gestacional à glicose (IGG) ocorre em 10% a 15%. Estas pacientes apresentam maior risco de desenvolver hipertensão arterial (HAS) durante a gestação que pode atingir a 10% dos casos. As gestantes com diagnóstico prévio de diabetes mellitus tipo I e II também correm maior risco de hipertensão arterial. Assim, é importante definir métodos que detectem precocemente as alterações do fluxo sanguíneo intra-renal envolvidas na patogênese da HAS. A avaliação do fluxo sanguíneo intra-renal pode ser feita por método não invasivo: o duplex-skan das artérias intra-renais. Este método permite o cálculo de 2 índices que auxiliam a identificação de patologias do parênquima renal envolvidas na HAS : Índice de Resistência (RI) e o Índice de Resistência Parenquimatosa (PRI).
PACIENTES: Avaliamos 17 pacientes sendo 7 com diagnóstico de DG, 8 com IGG e 2 com Diabetes Mellitus tipo II prévio, com idades entre 26 e 42 anos no período de junho de 1999 a setembro de 2001. O diagnóstico de DG/IGG baseou-se nos critérios adotados pela OMS e/ou ADA e foi realizado entre a 24ª e 28ª semanas de gestação. Excluímos pacientes com diagnóstico prévio de Diabetes Mellitus tipo I, hipertensão arterial e patologias concomitantes ou uso de medicamentos que interferem na pressão arterial. O protocolo foi aprovado pela comissão de ética e as pacientes assinaram termo de consentimento livre e esclarecido.
MÉTODOS: As pacientes realizaram duplex-skan em 2 períodos: entre a 24ª - 28ª semanas e 32ª - 36ª semanas de gestação. Foi utilizado o aparelho Acuson, modelo Aspen com transdutor linear de 7 a 10 MHz, por acesso dorso lombar com a paciente em decúbito lateral, após 6 horas de jejum. O procedimento incluiu a medida de comprimento de polo a polo dos rins com registro do fluxo sistólico máximo e da velocidade do fluxo diastólico final à direita e à esquerda. O índice de resistência renal (RI) foi calculado através da equação: [velocidade do pico sistólico – velocidade diastólica final] /velocidade do pico sistólico cujo valor da normalidade está entre 0,5 a 0,75. Calculamos também o índice de resistência parenquimatosa (PRI) pela relação diastólica/sistólica: velocidade diastólica final / pico da velocidade sistólica, cujo valor de referência é 0,2.
RESULTADOS: Observamos desenvolvimento de HAS (pressão arterial ³ 140x90mmHg) na segunda etapa de avaliação em 5 pacientes: 2DG, 1 IGG e as 2 DM T2; não encontramos diferenças nos índices do duplex-skan entre os grupos DG e IGG nos 2 tempos de avaliação; somente o Índice de Resistência Parenquimatosa (RPI) à direita aumentou significativamente quando consideramos os grupos DG+IGG e comparamos os tempos 1 e 2 ; entretanto mesmo nos casos em que foi diagnosticado HAS, os valores dos índices de RI e PRI mantiveram-se dentro da normalidade.
DISCUSSÃO: Os índices de RI e PRI são usados para avaliação da circulação intra-renal. Há poucos trabalhos utilizando esses índices em gestantes normais e hipertensas ; Sohn e cols descrevem diminuição no RI em gestantes normais e aumento em pacientes com pré-eclâmpsia. Entretanto, Sturgiss e cols não observaram alteração significativa do RI em gestantes normais . Em nosso estudo, também não observamos anormalidades nesses índices em ambos os grupos DG e IGG, embora os valores médios não excedessem os limites da normalidade.
CONCLUSÃO: O duplex-scan das artérias do parênquima renal, que avalia o fluxo sanguíneo renal, não se mostrou alterado na fase precoce de detecção de hipertensão arterial nas gestantes diabéticas estudadas.
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