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Iracema Salatiel
Ítala C. Martins Ferreira
José Roberto F. Moraes
Fábio C. Morínigo
O Transplante de Medula Óssea é a única esperança de cura para portadores de aplasias de medula óssea grave, algumas leucemias, outras doenças primárias da medula óssea e alguns cânceres avançados.
No início da década de 1960 foi realizado no H.S.E., pela primeira vez no Brasil, um Transplante de Medula Óssea singênico e também um transplante autólogo de medula óssea pelos Drs. Aloysio de Salles Fonseca, Alvary de Castro e Halley Pacheco de Oliveira.
A possibilidade de se encontrar doador relacionado é pequena - aproximadamente 35% dos pacientes têm irmãos em condição de doar. Devido a redução da família nuclear brasileira a tendência é diminuir mais esta percentagem.
A alternativa existente é a realização do transplante autólogo, onde o paciente é o próprio doador. A medula óssea é colhida do próprio paciente e tratada em Laboratório. Outra alternativa, em que se deposita grande esperança, é o transplante de células tronco-hematopoiéticas, armazenadas em um Banco de Sangue de Células de Cordão Umbilical e Placentário.
Foi criado o Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea - REDOME - cujo objetivo é cadastrar número significativo de Doadores Tipados para HLA em um Banco de Dados, para atender a demanda de pacientes
A 18 de setembro de 1998, no gabinete do diretor Geral do INCA, realizou-se a assinatura do Convênio de Cooperação Técnico-Científica entre o INCA e o Hospital dos Servidores do Estado, represenados pelos seus Diretores Dr. Marcos F. Moraes e Dr. Aloysio de Salles Fonseca. A assinatura do Contrato de Parceria entre o H.S.E. e o INCAconcretizou o início da instalação do Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome) e do Banco de Sangue de Células do Cordão Umbilical e Placentário (Bscup). O INCA participa com recursos humanos e operacionais e o H.S.E. com infra-estrutura. Parceria de grande alcance social que, em curto prazo, abre as portas aos pacientes que se encontram a espera de um doador de medula óssea não aparentado.
A 20 de outubro de 1998, pela portaria nº 3.761, o Sr. Ministro da Saúde José Serra, oficializou o Cadastro Nacional de Doadores de Medula Óssea incumbindo o Instituto Nacional do Câncer (INCA) e o seu funcionamento
A realização do plano de captação de doadores voluntários está se fazendo em campanhas de conscientização da população e credenciamento de Laboratórios de Imunogenética no País. Este registro possibilita o intercâmbio de possíveis doadores não relacionados entre várias unidades transplantadoras nacionais, através de centros autorizados pelo Ministério da Saúde, avaliados pelo INCA e também da interrelação com os Registros de Centros Internacionais.
Apesar de estar apenas iniciando o programa, já se conta com uma infra-estrutura facilitadora e resultados animadores, em termos estatísticos, com nove mil doadores inscritos. A chance de se encontrar um doador compatível varia muito, de acordo com a frequência do HLA do paciente. Em outras palavras, se o paciente tiver antígenos HLA muito comuns, será fácil encontrar um doador.
Estima-se que essa chance possa variar tanto quanto de um por mil até um por milhão. Está planejado que em cinco anos se possa contar com cinquenta mil doadores cadastrados. A criação de um Banco de Sangue de Células do Cordão Umbilical e Placentário também possibilitará, a curto prazo, contribuir para a solução da deficiência de doador não relacionado, integrando também o registro existente no REDOME.
A 19 de outubro, novo passo foi dado para o Brasil possuir seu primeiro Banco de Sangue de Células do Cordão Umbilical. Foi assinado pelo Diretor Geral do INCA, Dr. Jacob Kligerman, um Convênio com a Maternidade Carmela Dutra. A Maternidade fornecerá os cordões umbilicais e o Banco funcionará junto ao Laboratório de Imunogenética no Hospital dos Servidores do Estado.
A meta será colher 20 unidades diárias que serão registradas, processadas e congeladas, o que caracteriza a criação do Banco de Sangue de Células do Cordão Umbilical. Tal procedimento possibilitará a redução do tempo de espera para o transplante de medula óssea, e também contribuirá para a diminuição de seu custo.
A população brasileira apresenta características de miscigenação ímpar no mundo, dificultando a procura de doador fora do país. Por outro lado, este convênio torna efetiva a interação com os Registros internacionais, e facilita o acesso do Sistema Único de saúde a esta terapêutica sofisticada. Mais uma vez a união de esforços do INCA com o H.S.E. se coloca no caminhar da Tecnologia de Ponta e de Alta Complexidade
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