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Goldfarb,M.; Rodriguez,R.D.; Castro,R.R.; Rocha,W.O.; Bulhões,L.; Teixeira,S.L.S.; Nabuco,R.A.; Lederman, R.
INTRODUÇÃO: É descrita associação de Esclerodermia (sistêmica e localizada) com várias doenças autoimunes, tais como: cirrose biliar primária, Síndrome de Sjögren e tireoidopatias autoimunes..
OBJETIVOS: Relatar 02 casos de esclerodermia (sistêmica e localizada) associada a Doença de Graves e discutir os aspectos das doenças tireoideanas a partir da revisão da literatura.
CASO CLÍNICO 1: V.G.S., feminina, 18 anos, parda, esclerodermia cutânea limitada diagnosticada aos 12 anos através exame histopatológico. Pesquisa de anticorpos anti-centrômero, anti-Scl-70, FAN negativos. Três anos após, em uso apenas de diltiazen 40mg/dia, apresentou intolerância ao calor, aumento da oleosidade cutânea, taquicardia, taquipsiquismo e aumento da glândula tireóide. Dosagens dos hormônios tireoideanos, mostraram hipertireoidismo e anticorpos anti-peroxidade tireoideana 140 (<35), anti-microssomal 1/6400 (até 1/100), anti-tireoglobulina 1/1600 (até 1/100). Tratamento com drogas anti-tireoideanas, e iodo radioativo. Excelente resposta, evoluindo eutireoidea durante 03 anos, sem qualquer droga anti-tireoideana, mantendo autoanticorpos positivos.
CASO CLÍNICO 2: M.S.C., feminina, 55 anos, parda, admitida com febre alta de início súbito, hipotensão, desorientação, pancitopenia e celulite na face. Á ectoscopia, sinais de esclerodermia (microstomia, espessamento cutâneo difuso, fenômeno de Raynaud, esclerodactilia) e tireoidopatia. Exames complementares compatíveis (biópsia de pele característica de esclerodermia, FAN >1/40 salpicado, cintilografia esofageana com dismotilidade no 1/3 médio e distal, espirometria com déficit restritivo, hormônios tireoideanos mostrando hipertireoidismo, anti-microssomal e anti-tireoglobulina 1/400, 3000 leucócitos, hto 31%, 60000 plaquetas, teste de Coombs positivo. Tratamento com iodo radioativo, Eutireoidea. Melhora do quadro hematológico. Iniciada D-penicilamina para tratamento da esclerodermia.
DISCUSSÃO: A associação da esclerodermia e a Doença
de Graves é rara comparada com a Tireoidite de Hashimoto. E.Ghayaol
et al acompanharam 36 pacientes com ES por 16 anos. Destes 14 apresentaram
doença tireoideana: 07 bócios multinodulares atóxicos,
06 Tireoidite de Hashimoto e 01 doença de Graves. A. Claydy et
al encontraram somente um caso de Doença de Graves dentre 07
pacientes com ES. Nestes estudos não foi encontrada associação
entre esclerodermia localizada e Doença de Graves; entretanto,
Michel et al. descreveram 06 casos de esclerodermia morféia generalizada
com esta associação. A. Claydy et al ainda observaram
maior prevalência de doença tireoideana na população
esclerodérmica, justificando assim análise hormonal de
triagem.O hipertireoidismo pode se apresentar durante ou precedendo
o diagnóstico de esclerodermia.A pancitopenia é rara como
apresentação de hipertireoidismo.
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