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A CURA DA TUBERCULOSE PARA TODOS

Lauzane Romero Mayrinck

  • Seção de Pneumologia do Serviço de Clínica Médica – H.S.E. - M.S.

Todo portador de tuberculose tem o direito de ser tratado de sua doença. Ninguém pode negar. Portanto vamos deixar de negar-lhe esse direito humano básico. A tuberculose pode ser curada. Esse flagelo pode ser derrotado, Arcebispo Desmond Tutu.

A tuberculose é uma doença contagiosa e, como o resfriado comum, seu contágio se dá pelo ar. Ela acompanha o homem desde que se criaram as primeiras aldeias e outros aglomerados humanos, aumentando a possibilidade de contaminação. Apesar de poder ser confundida com outras doenças, documentos antigos da Índia e da China já descreviam quadros de uma doença pulmonar muito semelhante à tuberculose. Coube ao grego Hipócrates compreender os mecanismos da doença que, pelo seu caráter de esgotamento físico, foi denominada tísica (do grego phthisikos , que traz consumpção).

Na Europa do século 18, os índices de mortalidade eram elevados, apresentando taxas anuais de até 400 óbitos por cada 100 mil habitantes. É importante entender que nesse século se dá um momento especial na história da humanidade. Com a Revolução Industrial na Inglaterra, os camponeses foram empurrados para os centros urbanos em busca de melhores chances de trabalho, as cidades incharam, empobreceram as condições alimentares e sanitárias. A tuberculose se caracterizou como doença urbana e se alastrou de maneira impiedosa.

Na segunda metade do século 19 a identificação do bacilo de Koch, seu agente causador, trouxe um novo entendimento da tuberculose. Na mesma época a radiografia passou a fazer parte do diagnóstico e do acompanhamento da doença. No tratamento recomendava-se isolar os pacientes em sanatórios com boa alimentação e repouso total além do clima de montanha.

A partir de 1940 surgiram os antimicrobianos que prometiam a cura da tuberculose nos anos seguintes. Na década de 1960 os sanatórios foram fechados, a esperança de erradicação da doença foi considerada efetiva, o seu tratamento, rápido e eficaz.

Porém, a presença do HIV e o aumento da miséria no mundo fizeram com que a tuberculose voltasse à sua forma epidêmica. Estima-se que até o ano de 2.020, perto de um bilhão de pessoas serão infectadas, 200 milhões adoecerão e 35 milhões morrerão de tuberculose – se o controle da doença não for imediatamente fortalecido.

Epidemiologia

A tuberculose mata dois milhões de pessoas a cada ano, número que se torna cada vez mais perigoso. A falência dos serviços de saúde, a disseminação do HIV e da AIDS, o surgimento da TB resistente a várias drogas ao mesmo tempo, contribuem para piorar o impacto da doença. Em 1993, a Organização Mundial da Saúde (OMS), declarou emergência global, tamanha a preocupação com uma epidemia moderna da doença.

A tuberculose é uma doença contagiosa, e seu contágio se dá pelo ar. Somente pessoas com tuberculose pulmonar são agentes de contágio, quando tossem, espirram, falam ou cospem, espalhando bacilos no ar. É preciso apenas inalar um pequeno número desses bacilos para se infectar.

Sem tratamento, um portador de tuberculose ativa irá infectar de 10 a 15 pessoas a cada ano. Mas estas pessoas não necessariamente ficarão doentes, o sistema imunológico delas pode barrar o bacilo, que ficará adormecido por anos. Quando este sistema imunológico enfraquecer, as chances de aparecimento da doença serão grandes.

  • A cada segundo alguém é infectado com o bacilo da tuberculose no mundo.
  • Um por cento da população mundial é infectada a cada ano.
  • Hoje, um terço desta população está infectada.
  • Cinco a 10% destas pessoas adoecerão em algum momento da vida.
  • 95% dos casos e 98% dos óbitos decorrentes de TB se dão em países em desenvolvimento.
  • O ano de 1995 registrou 9 milhões de novos casos, com 3 milhões de óbitos em todo o mundo, correspondendo a 25% dos óbitos evitáveis nos países em desenvolvimento.
  • 75% dos casos de tuberculose nos países em desenvolvimento atingem pessoas economicamente produtivas, na faixa dos 15 a 50 anos.
  • Bolívia, Haiti e Peru apresentam taxas superiores a 100 casos por 100.000 habitantes.
  • Brasil, Equador, Honduras, Nicarágua e República Dominicana têm taxas de 50 a 100 casos.
  • Argentina, Chile, Colômbia, El Salvador, Guatemala, México, Paraguai e Panamá apresentam de 25 a 50 casos.
  • Belize, Costa Rica, Canadá, Cuba, Uruguai, Estados Unidos e Venezuela têm taxas abaixo de 25 casos por 100.000 habitantes.

A cura da tuberculose para todos

O tema do Dia Mundial da Tuberculose para 2001 é um apelo para disponibilizar o acesso aos serviços de tratamento de TB a qualquer portador da doença, livre de discriminação – seja ele rico ou pobre, homem ou mulher, adulto ou criança, prisioneiro ou livre, incluindo ainda outros grupos vulneráveis como os portadores de HIV ou de TB multi resistente. O tema contribui para o cumprimento do direito de todos a um melhor padrão de saúde. Os dois objetivos principais da campanha que iniciou a 24 de março são:

  1. Mobilizar líderes políticos e formadores de opinião do mundo inteiro para a situação dos portadores de TB, as implicações da doença no desenvolvimento da humanidade, e para o fato de que não há desculpas para a não atuação ante uma cura disponível e efetiva.
  2. Conscientizar que a cura da TB é possível e que o acesso ao tratamento completo, sem estigmas ou discriminações, é um passo fundamental na realização do direito de cada um ao mais alto padrão de saúde e bem estar.

O controle efetivo da tuberculose

O tratamento inadequado faz com que alguns pacientes desenvolvam a forma crônica da doença, com risco para a comunidade e o crescimento populacional contribui para o aumento de casos de tuberculose. A epidemia de HIV/AIDS acarreta o aumento de casos da doença.

Os governos têm negligenciado o combate à tuberculose. A OMS declarou estado de emergência mundial, já que a doença está fora de controle em muitas regiões, e desenvolveu um modelo de estratégias e diretrizes em resposta a esta emergência global:

  • Detectar 90% dos casos de tuberculose existentes e curar 85% destes.
  • Reduzir a mortalidade, a morbidade e a transmissão da doença.
  • Prover tratamento supervisionado de curta duração pelo menos para pacientes com probabilidade de abandono do tratamento: alcoolistas, usuários de drogas injetáveis, sem residência fixa ou que vivam em comunidades fechadas (presídios, asilos, casas de repouso, etc).

O sucesso da estratégia da OMS depende do comprometimento governamental, inclusive com a distribuição ininterrupta de todos os medicamentos essenciais anti-tuberculose e ainda o monitoramento e avaliação do programa.

Projeto de Implantação do Programa de Controle da Tuberculose Hospitalar – H.S.E./R.J.

A situação epidemiológica da tuberculose no estado do Rio de Janeiro é de alta gravidade, exigindo ações de organização das estruturas assistenciais e de vigilância. O Rio de Janeiro apresenta atualmente a maior taxa de incidência e o maior coeficiente de mortalidade por tuberculose do país.

No intuito de reduzir a transmissão na comunidade e entre os profissionais de saúde, foi criada a Comissão de Controle da Tuberculose no H.S.E./R.J..

Ao transformar a Comissão em Programa de Controle da Tuberculose Hospitalar, o H.S.E. pretende reduzir a taxa de tratamento sem confirmação bacteriológica para menos de 15% e a de abandono do tratamento para menos de 5%. Pretende também reduzir a contaminação dentro do ambiente hospitalar com o isolamento de pacientes sob suspeita no momento da internação.

O programa servirá de laboratório de referência local para procedimentos especiais, treinamento e controle de qualidade.

Telefone: (21) 2291-3131, ramal 3743

Note que as informações aqui disponibilizadas são de caráter complementar, não substituindo, em hipótese alguma, as visitas regulares ao médico ! Evite a auto-medicação, consulte, sempre, um profissional devidamente capacitado !
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