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Maria Aparecida S. Paiva, Sandra M. Moreira do Amaral, Paulo J. Dikestein, Dilton Rocha, Fernanda C. de A Jundi.
INTRODUÇÃO: Os derrames pleurais são as complicações mais freqüentes nas pneumonias agudas das crianças. Tradicionalmente os derrames pleurais eram tratados de maneira expectante, por punção ou drenagem torácica. Recentemente os trabalhos têm mostrado a importância da intervenção cirúrgica precoce, a fim de se diminuir o tempo de internação e seqüelas. Entretanto várias ainda são as controvérsias, tais como: uso de fibrinolíticos, as indicações cirúrgicas, o momento de intervenção, e o método da abordagem cirúrgica. A partir de 1990 foi introduzido em nosso serviço o conceito de toracotomia mais precoce para o tratamento do empiema complicado e em 1998 foi introduzida a técnica de vídeotoracoscopia assistida (VTA).
OBJETIVO: No presente trabalho foram comparados parâmetros de morbi-mortalidade do empiema complicado tratado com VTA x Minitoracotomia (MT).
MÉTODO: Estudo retrospectivo em 24 crianças com empiema de difícil resolução. No período de 1990 a 1998, 15 pacientes foram submetidos a MT (grupo 1). A partir de 1998 os pacientes foram tratados por VTA (grupo 2). Até a realização do trabalho 9 crianças constituíram o grupo 2. Os parâmetros de permanência de internação pós-cirúrgica, tempo de drenagem pós-cirúrgica e numero de transfusões durante o ato operatório foram comparados. Foi também avaliado o número de óbitos nos dois grupos. Foi realizada estatística pelos testes QI-quadrado e exato de Fisher.
RESULTADO: Os pacientes relatados neste estudo foram tratados com antibióticos endovenosos e drenagem fechada na fase inicial. Em função da característica terciária do hospital, 66% dos pacientes eram provenientes de outras instituições, muitas vezes já em fases tardias. O tempo até a intervenção cirúrgica variou de12 até 71 dias, com uma média de 32 dias. A média de idade dos pacientes estudados foi de 3 anos e 6 meses , 10 eram do sexo masculino e 14 feminino. Havia 15 pacientes no grupo 1 e 9 no grupo 2. Não houve diferença entre os grupos em relação a média de idade. Não houve diferenças estatísticas entre os dois grupos.
DISCUSSÃO: Por tratar-se de um hospital terciário, muitos casos vieram transferidos de outros hospitais. O estudo, portanto, mostra um grupo de pacientes já em uma fase organizada do empiema. Ainda assim, houve uma tendência a menor morbidade no grupo submetido a VTA. Provavelmente o número de amostras não tenha sido suficiente para estabelecer a diferença estatística. Sendo um trabalho inicial, o mais importante era avaliar a morbidade do procedimento. Felizmente não houve óbitos no grupo 2 e em apenas 1 caso houve necessidade de transfusão sanguínea, mostrando que o procedimento pode ser adotado como rotina nos casos mais precoces. No grupo da minitoracotomia houve um caso de um paciente que foi submetido ao procedimento já em insuficiência respiratória. Nas primeiras horas do pós-operatório houve sangramento, choque e evolução para óbito. Este caso reafirma os riscos do procedimento cirúrgico e a necessidade do preparo pré-operatório adequado, assim como o acompanhamento cuidadoso dessas crianças. O lugar da abordagem cirúrgica do empiema em nosso meio ainda necessita de avaliações.
| Grupo 1 | Grupo 2 | |
|---|---|---|
| Número de pacientes | 15 | 9 |
| Média de idade | 4,1 anos | 2,8 anos |
| Permanência pós-op | 22,5 dias | 16 dias |
| Dreno pós-op | 10,7 dias | 6,8 dias |
| Número de transfusões | 8 | 1 |
| Óbito | 1 | 0 |
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