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A circulação simultânea dos vírus da dengue, Zika e chikungunya no Brasil tem sido motivo de preocupação entre as instâncias de Vigilância em Asúde e na sociedade em geral. Estas arboviroses podem ser transmitidas pelo mesmo vetor (mosquito Aedes aegypti) e têm sua distribuição favorecida por diversos fatores, como a urbanização desordenada, os desmatamentos e as migrações populacionais. Os últimos eventos de massa internacionais ocorridos no país também ampliaram o fluxo de pessoas de diversas partes do mundo. Não há vacina disponível e nem tratamento específico. Os sinais e sintomas podem ser semelhantes (febre, mialgia/artralgia e exantema, dentre outros), sendo fundamental a identificação precoce dos sinais de gravidade e a instituição de tratamento adequado para o paciente.
Há relatos da ocorrência de dengue no Brasil desde o século XIX, sendo que as principais epidemias ocorreram nos últimos trinta anos, com circulação progressiva dos quatro sorotipos (DENV1, DENV2, DENV3 e DENV4). A doença pode apresentar um amplo espectro clínico, com uma frequência elevada de casos assintomáticos/ oligossintomáticos e alguns pacientes evoluindo para formas graves. A febre de chikungunya apresenta quadro clínico muito semelhante ao da dengue, sendo a artralgia o sintoma mais importante e debilitante, com potencial de cronificação do quadro articular por até três anos. O vírus chikungunya (CHIKV) foi identificado no Brasil em casos importados em 2010, e os primeiros casos autóctones foram registrados em 2014 no Amapá e Bahia. Em 2015 (até o mês de julho), foram registrados casos autóctones em diversos estados brasileiros, totalizando 3077 casos confirmados (114 por critério laboratorial).
Em fevereiro de 2015, a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (S.V.S./M.S.) iniciou o monitoramento de casos de síndrome exantemática não especificada em estados do Nordeste. O Zika vírus (ZIKAV) foi identificado em amostras encaminhadas da região de Camaçari/B.A. e Natal/R.N. e, posteriormente, em outros municípios/estados brasileiros. No município do Rio de Janeiro (M.R.J.), o primeiro caso autóctone de febre pelo vírus Zika foi detectado em maio de 2015 e, desde então, foram confirmados 65 casos da doença em residentes do M.R.J..
Diante da possibilidade de ocorrência da síndrome de Guillain-Barré (S.G.B.) após quadro de infecção por ZIKAV, foi instituído o monitoramento hospitalar e pré-hospitalar de casos de S.G.B. com doença exantemática prévia. Atualmente, o Ministério da Saúde também investiga a possibilidade de associa cção entre o surto de casos de microcefalia na região Nordeste (738 recém-nascidos entre janeiro e 21/11/2015) e a infeccção materna por ZIKAV. No entanto, é necessário aguardar a finaliza cção das investiga cções realizadas pelo Ministério da Asúde e seus parceiros. No Rio de Janeiro, a Resolução SES nº 1296 de 18/11/2015 determinou a notificacção imediata de gestante com síndrome exantemática.
Neste momento, é necessário que os serviços de asúde se organizem de forma a promover assistência adequada ao paciente, com profissionais capacitados, que atendam à demanda esperada de casos. A febre de chikungunya e a febre pelo vírus Zika são agravos de notificação compulsória imediata (24h) no município do Rio de Janeiro, assim como os casos graves e de óbito por dengue. Os casos de dengue sem critério de gravidade devem ser notificados em até uma semana à instância de vigilância epidemiológica local.
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