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BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO 49

PEFIL CLÍNICO EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE HEPATITES VIRAIS NOTIFICADOS NO H.F.S.E., 2007 a 2014.

Lopes, T.E.1; Monachesi, Pereira, A.G.L.2; Monachesi, C.F.3; Escosteguy, C.C.2.
1Residência Multiprofissional em Saúde Coletiva - IESC/U.F.R.J.;2Serviço de Epidemiologia/H.F.S.E.;3Residência em Medicina Preventiva e Social/H.F.S.E..

    Introdução:  As hepatites virais são doenças causadas por diferentes vírus hepatotrópicos, de notificação compulsória em todo o território nacional, que apresentam características epidemiológicas, clínicas e laboratoriais distintas. Possuem distribuição universal e são observadas diferenças regionais de acordo com o agente etiológico. Os mais relevantes são os vírus A (H.A.V.), B (H.B.V.), C (H.C.V.), D (H.D.V.) e E (H.E.V.).

    A melhoria das condições de higiene e de saneamento básico das populações, a vacinação contra a hepatite B e as novas técnicas moleculares de diagnóstico do vírus da hepatite C constituem fatores importantes que se vinculam às transformações no perfil dessas doenças. Em 2015, o Ministério da Saúde lançou uma campanha de prevenção à hepatite evidenciando a relevância da conscientização sobre a doença.

    O Serviço de Epidemiologia é responsável pela investigação e monitoramento dos casos suspeitos ou confirmados de hepatites virais notificados no Hospital Federal dos Servidores do Estado (H.F.S.E.).

    Objetivos:  Descrever o perfil epidemiológico dos casos de hepatites virais notificados no H.F.S.E., no período de 2007 a 2014.

    Metodologia:  Estudo descritivo dos casos de hepatites virais notificados no H.F.S.E. de 2007 até 2014. Foi realizada a naálise da base de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) local com o Epi Info 2000. Os dados foram complementados com informações das fichas de investigação epidemiológica do Serviço de Epidemiologia/H.F.S.E.. Estudo inserido em projeto de pesquisa aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do hospital.

    Resultados e Discussão:  Foram notificados 5.514 casos de hepatites virais no período estudado, sendo 2488 casos considerados cicatriz sorológica, 1689 inconclusivos e 1316 confirmados laboratorialmente. Neste cenário, a classificação inconclusiva foi bastante expressiva, expressando a busca ativa no laboratório de Virologia e os casos de hepatite C em que apenas o anti-H.C.V. foi realizado.

    Para fim deste estudo, foram excluídos os 21 casos classificados como descartados, totalizando 5493 casos (tabela 1). Em relação ao sexo, 50,8% eram homens; a faixa etária mais acometida foi acima de 60 anos (26,1%), seguida pela faixa de 50 a 59 anos (24,1%); 53 (1,0%) pacientes eram gestantes no momento da notificação. Em relação ao município de residência, 84,6% eram residentes do Rio de Janeiro e 11,1% em municípios da Baixada Fluminense.

    Tabela 1 - Classificação final dos casos de hepatites virais notificados no H.F.S.E., exceto casos descartados, 2007 a 2014.

H.F.S.E., exceto casos descartados, 2007 a 2014. Existe um nível de cabeçalho para colunas e um nível de cabeçalho para linhas."> > >
Ano de notificação Confirmação laboratorial Cicatriz sorológica Inconclusivo Total
2007 131 256 255 642
2008 211 412 230 853
2009 131 259 170 560
2010 253 480 391 1124
2011 244 315 193 752
2012 185 365 181 731
2013 97 263 144 504
2014 64 138 125 327
Total 1316 2488 1689 5493

Fonte: Serviço de Epidemiologia/H.F.S.E..

    Havia registro de coinfecção pelo vírus H.I.V. em 4,9% dos casos e em 1,50% havia referência a outras doenças sexualmente transmissíveis.

    Dentre os casos confirmados laboratorialmente, 56,6% apresentaram hepatite crônica/portador, 28,0% tinham classificação como inconclusiva e 13,1% tinham hepatite aguda. Os agentes etiológicos mais frequentes foram 47,0% H.B.V., 37,8% H.C.V. e 6,8% apresentavam coinfecção H.B.V. e H.C.V.

    As informações sobre as fontes/mecanismos prováveis de infecção foram ignoradas para 59,1% dos casos; dentre os que se conheciam os prováveis mecanismos, os principais foram tratamento denteário, sexual e transfusional.

    Conclusão:  A análise dos casos notificados no H.F.S.E. reforça a importância das hepatites virais enquanto problema de asúde pública, principalmente em relação à hepatite B. Em relação a este agente etiológico é importante, dentre outras medidas, a garantia de uma adequada cobertura vacinal.

    O Serviço de Epidemiologia, através da notificação e investigação dos casos, desencadeia as ações de controle e prevenção deste e de outros agravos no âmbito hospitalar.