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BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO ANO XXI - Nº 39 - JAN A JUN / 2010

Perfil epidemiológico dos casos de tuberculose notificados no Hospital Federal dos Servidores do Estado e comparação com indicadores nacionais e dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo

1Carvalho, Luciana Freire de; 2Marques, Márcio Renan Vinícius Espínola; 2Escosteguy, Caudia Caminha; 2Pereira, Alessandra Gonçalves Lisbôa;

1;Residência em Saúde Coletiva/IESC/U.F.R.J.; 2;Serviço de Epidemiologia/Hospital Federal dos Servidores do Estado.

Introdução:

    A tuberculose (T.B.) continua sendo um importante problema de asúde mundial, exigindo o desenvolvimento de estratégias para o seu controle, considerando aspectos humanitários, econômicos e de asúde pública. Em 22 países concentram-se 80% dos casos estimados para o mundo; o Brasil ocupa a 19ª posição. Anualmente no Brasil ainda morrem 4500 pessoas por T.B., doença curável e evitável. Em 2008, foi a 4ª causa de morte por doenças infecciosas e a 1ª causa de morte dos pacientes com AIDS, no Brasil (dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade).

Objetivos:

    Analisar a série histórica de indicadores da T.B. no H.F.S.E. e compará-los com o Brasil, R.J. e S.P..

Metodologia:

    A partir da base local do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) foi realizada uma naálise temporal dos 594 casos de T.B. notificados no H.F.S.E. de 2007 a 2009, segundo situação de encerramento, realização de sorologia anti-HIV e baciloscopia de escarro nos pacientes pulmonares. Além disso, os dados do H.F.S.E. foram comparados com os do Brasil, R.J. e S.P., segundo forma clínica, realização de sorologia anti-H.I.V. e situação de encerramento. Para a comparação escolheu-se o ano de 2007, pela maior completude dos dados, visto que a atualização em âmbito nacional e estadual apresenta um retardo. Os dados nacionais e estaduais foram obtidos através do Tabnet (http://dtr2004.saude.gov.br/sinanweb/). Naálise estatística descritiva através do Epi-Info 2000.

Resultados e discussão:

    O Gráfico 1 compara a distribuição por forma clínica entre o H.F.S.E., o Brasil e os estados. Apesar do predomínio das formas pulmonares, observa-se que a contribuição da T.B. extrapulmonar aumenta de maneira expressiva no hospital. Isso pode ser explicado pelo fato do H.F.S.E. ser referência para H.I.V./AIDS e para diagnóstico de formas complicadas da T.B..

    A tabela 1 mostra a situação de encerramento dos casos notificados. A naálise é limitada pelo grande percentual de ignorados. O maior percentual de transferência no H.F.S.E. é esperado, visto que de uma forma geral a T.B. deve ser encaminhada para a rede básica. A importância dos hospitais no controle da tuberculose se dá no atendimento de pacientes com co-morbidades e/ou complicações. O Gráfico 2 mostra a evolução da situação de encerramento

Gráfico de barras horizontais exibindo os casos confirmados de tuberculose segundoa  forma clínica, SINAN, 2007, em RJ, SP e HFSE.

    no HSE.

 

Situação de encerramento dos casos de tuberculose notificados no SINAN, estratificados (Brasil, R.J., S.P., H.F.S.E.) no ano de 2007.
Encerramento H.F.S.E. R.J. S.P. Brasil
Cura 19,1% 53,8% 73,1% 64,7%
Abandono 1,5% 13,3% 12,1% 10,1%
Óbito por tuberculose 8,8% 4,4% 3,4% 3,6%
Óbito por outras causas 1,5% 1,9% 6,5% 3,9%
Transferência 23,2% 5,4% 1,2% 7,3%
T.B. multirresistente 0,0% 0,4% 0,0% 0,2%
I.g.n./brancos 45,9% 20,9% 3,8% 10,2%
Total 100% 100% 100% 100%
Fonte : SINAN e N.C./Serviço de Epidemiologia - H.F.S.E.

 

Gráfico de barras verticais exibindo a situação de encerramento dos casos de tuberculose notificados no HFSE no período de 2007 a 2009.

    O maior percentual de óbitos no H.F.S.E. pode refletir a maior complexidade dos casos (Gráfico 2).

    Os Gráficos 3 e 4 consideram a realização de sorologia anti-H.I.V..

Gráfico de barras verticais exibindo a realização de exame anti-HIV em pacientes com tuberculose notificados no HFSE no período de 2007 a 2009.

    O percentual de casos positivos para H.I.V. no H.F.S.E. é elevado, o que é esperado, uma vez que o hospital é referência para Aids. Entretanto, a porcentagem de exames não realizados também é elevada.

Gráfico de barras horizontais exibindo a realização de exame anti-HIV em pacientes com tuberculose notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação, estratificados, Brasil, SP, RJ e HFSE no ano de 2007.

Gráfico de barras verticais exibindo a realização de baciloscopia de escarro em pacientes notificados com tuberculose pulmonar no HFSE no período de 2007 a 2009.

    O Gráfico 5 considera a realização de baciloscopia de escarro na forma pulmonar isolada ou associada à extrapulmonar.

    Além da baciloscopia de escarro ser um método rápido e simples, desde que executado corretamente, permite detectar 60% a 80% dos casos de T.B. pulmonar, importantes na transmissão da doença. Observa-se, no entanto, um alto percentual de não realização do exame no H.F.S.E..

Conclusões:

    A TB continua a merecer especial atenção dos profissionais de saúde e da sociedade como um todo, pois ainda obedece a todos os critérios de priorização de um agravo em saúde pública, ou seja, grande magnitude, transcendência e vulnerabilidade. Alguns fatores devem ser ressaltados.

    Pela alta prevalência da co-infecção TB e HIV no Brasil, é necessária uma reflexão sobre a importância de ampliar o acesso dos pacientes portadores de TB ao diagnóstico da infecção pelo H.I.V. no H.F.S.E., com o objetivo de fazer um diagnóstico precoce e melhorar o prognóstico.

    Deve-se discutir, também, a necessidade de aumento da realização das baciloscopias de escarro em pacientes pulmonares.

    Enfatiza-se a necessidade de melhora na informação sobre o seguimento dos casos. é fundamental que o caso seja acompanhado até o seu encerramento, e que o registro das situações de encerramento seja claro. A sensibilização dos profissionais envolvidos é essencial para que pacientes não se percam durante o tratamento.

    O aumento do percentual de transferências registradas no H.F.S.E., pode refletir a melhora da informação sobre este encerramento, e é esperado para o perfil do hospital. No entanto, é importante discutir estratégias de conscientização dos pacientes para diminuição dos abandonos e conseqüente aumento das situações de cura.

    Acredita-se na parceria com o Programa de Controle da Tuberculose Hospitalar (P.C.T.H.) na promoção de ações para a melhoria dos indicadores da tuberculose no H.F.S.E. .

Referências:

    Guia de Vigilância Epidemiológica – 7ª edição, 2009.

    Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil , 2010.

    World Health Organization, The Global Fund to Fight Aids, Tuberculosis and Malaria. Framework for Operations and Implementation Research in Health and Disease Control Programs, 2008.

 

 

Note que as informações aqui disponibilizadas são de caráter complementar, não substituindo, em hipótese alguma, as visitas regulares ao médico ! Evite a auto-medicação, consulte, sempre, um profissional devidamente capacitado !
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