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Oliveira T.C.1, Pereira, A.G.L.2, Escosteguy, C.C.3.
1Residente de Saúde Coletiva/NESC
2Residente de Medicna Preventiva e Social/H.S.E.
3Serviço de Epidemilogia/H.S.E..
A tuberculose é um agravo de extrema relevância para a saúde de coletividades, especialmente em ambientes urbanos. Ao longo do tempo, no município do Rio de Janeiro, a doença vem alcançando níveis importantes, sendo fundamental conhecer o perfil da doença e refinar mecanismos de controle nas diversas instituições de saúde. Este trabalho teve como objetivo avaliar o perfil dos casos notificados de tuberculose no H.S.E. nos últimos seis anos, permitindo o delineamento de ações para o aprimoramento da vigilância epidemiológica do agravo.
Foram utilizados indicadores de 2000 a 2005, construídos a partir das notificações registradas no SINAN (Sistema Nacional de Agravos de Notificação) no Serviço de Epidemiologia do H.S.E. e analisados pelo programa estatístico Epi Info versão 6.04.
Dos 1039 registros encontrados no SINAN neste período, 979 (94,2%) foram incluídos neste trabalho por constituírem casos confirmados e/ou com tratamento iniciado no HSE. Destes, 68,7% foram confirmados laboratorialmente e 31,3% iniciaram tratamento de forma empírica. O Gráfico 1 mostra a evolução temporal da confirmação laboratorial. Dos exames preconizados pelo Ministério da Saúde, viu-se que em 42,6% não havia o teste sorológico para H.I.V. e que 16,9% dos 526 pacientes com forma pulmonar não realizaram baciloscopia de escarro. A positividade da baciloscopia nas formas pulmonares foi de 46,6% e, dos casos negativos, 45,8% tiveram resultado positivo para Mycobacterium tuberculosis na cultura desse escarro. Quanto à informação do encerramento, 14,8% evoluíram para cura, 10,6% para óbito e mais da metade (51,2%) não possuem informação. A tabela 1 apresenta a evolução temporal da informação sobre o encerramento. A análise temporal mostrou uma melhora inicial de alguns indicadores de avaliação da tuberculose a partir de 2002/2003. O percentual de encerramento ignorado permanece elevado apesar de esforços para reduzi-lo.
É necessário implementar mecanismos para aumentar a eficiência no diagnóstico e no acompanhamento dos casos, e entre estes, ações para estímulo à notificação espontânea e ao trabalho em equipe que possam diminuir a disseminação da tuberculose.

Encerramento |
2000 | 2001 | 2002 | 2003 | 2004 | 2005 | ||
|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Cura |
0,0 | 0,0 | 22,4 | 10,6 | 27,1 | 17,0 | ||
Abandono |
0,0 | 2,4 | 1,5 | 1,4 | 3,3 | 6,4 | ||
Óbito |
1,1 | 0,8 | 14,8 | 12,9 | 9,9 | 15,8 | ||
Transferência |
0,0 | 1,6 | 11,2 | 24,0 | 25,4 | 24,6 | ||
Mudança de diagnóstico |
0,0 | 1,6 | 3,3 | 4,1 | 5,0 | 7,0 | ||
TB multirresistente |
0,0 | 0,0 | 0,5 | 0,0 | 0,0 | 0,0 | ||
Ignorado |
98,9 | 93,5 | 46,4 | 47,0 | 29,3 | 29,2 | ||
Total percentual |
100,0 | 99,9 | 99,9 | 100,0 | 100,0 | 100,0 | ||
| Fonte: SINAN/H.S.E./M.S. | ||||||||
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