Você está em: Home >>>> Profissionais de Saúde >>>> Boletim Epidemiológico >>>> Editorial - Dengue: medidas de controle clássicas são ainda prioritárias no cenário atual da dengue no Brasil.
Ainda não se dispõe de uma vacina para a dengue. Alguns ensaios clínicos foram iniciados neste ano, com vírus atenuados. Inclusive, o próprio Instituto Butantan, de São Paulo está envolvido em um deles. Há, ainda, pesquisas sobre vacinas recombinantes de segunda geração. Apesar disso, a expectativa é de que não teremos uma vacina eficaz a não ser em um prazo variável entre cinco e dez anos (CDC, 2007).
Em um cenário em que é possível que novas epidemias se instalem em vários países do mundo, inclusive no Brasil, as medidas clássicas de controle são a prioridade do momento. No Brasil, tivemos um ano em que assistimos a epidemia de dengue se expandir (MS, 2007) em várias regiões, em especial neste ano, a região centro-oeste (ver Figura 1).
No Hospital dos Servidores do Estado foram notificados 136 casos de dengue no ano de 2007. Desses casos, 61 % eram mulheres e 39% homens. A maior parte deles, 89%, eram adultos, 5,8% crianças e 5,1% adolescentes. 75,7% dos casos foram de pacientes residentes da cidade do Rio de Janeiro, 16,1% da Baixada Fluminense e 8,1% da Região Metropolitana I (Niterói, São Gonçalo e Rio Bonito e Itaboraí).
Dos 103 casos confirmados, 79,6% obtiveram o critério clínico epidemiológico e 16,5% confirmação laboratorial. Quanto ao tipo de dengue 67,6% foram classificados como dengue clássico, 5,1% como dengue com complicações, 2,9% como dengue hemorrágico; 11,8% foram descartados.
Um desafio adicional no Rio de Janeiro é a re-introdução do soro-tipo 2 do vírus no início de 2008, segundo informação da Secretaria Muni-cipal de Saúde.
Nesse cenário, ainda são recomen-dáveis as medidas clássicas de controle, apoiadas basicamente na identi-ficação e na prevenção do crescimento de larvas em ambiente doméstico ou de trabalho. Embora essa estratégia tenha sido bem sucedida em vários países, seus frutos só são colhidos a médio e longo prazos. Estratégias de controle de curto prazo, baseadas em sistemas de vigilância sentinela, centrados em dados de notificação de casos suspeitos, e realização de sorologia e/ou de tipagem viral, além de busca ativa de dados laboratoriais, são fundamentais de serem lembradas em situações onde o risco de epidemias sabidamente aumenta, como no verão.
Centers for Disease Control and Prevention, CDC, http://www.cdc.gov/ncidod/dvbid/dengue , em 19/12/2007.
Ministério da Saúde, MS, http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/boletim_dengue_1312.pdf , em 19/12/2007.
Design e Desenvolvimento: Equipe de Desenvolvimento Web do C.P.D.