Você está em: Home >>>> Profissionais de Saude >>>> Boletim Epidemiológico >>>> Editorial - A TECNOVIGILÂNCIA A SERVIÇO DA SAÚDE.
Nos Estados Unidos, cerca de 100 mil pessoas morrem em hospitais a cada ano vítimas de eventos adversos, e a ocorrência crescente de casos documentados no cuidado à saúde tem provocado um debate sobre a segurança do paciente em âmbito internacional. (Mendes, 2005).
Os hospitais são espaços que visam proporcionar, à população, assistência médica sanitária, utilizando-se de recursos humanos e insumos variados, como equipamentos e medicamentos para alcançar esta finalidade. Contudo, sabemos que o cuidado oferecido pode estar comprometido tanto pela atuação profissional, quanto pelos processos e por problemas relacionados aos materiais hospitalares utilizados, podendo provocar danos aos pacientes.
No Hospital dos Servidores do Estado (H.S.E.), a Gerência de Risco é o setor responsável pela vigilância pós-comercialização de medicamentos, materiais médico-hospitalares, saneantes, sangue e seus derivados. O hospital é atuante no gerenciamento de risco e compõe a Rede Sentinela. Esta rede reúne um conjunto de hospitais que fazem parte do Projeto Piloto de Vigilância Sanitária Hospitalar, coordenado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), cuja finalidade é emitir informações qualificadas de eventos adversos e queixas técnicas que dêem subsídio às ações necessárias para a regularização do mercado dos produtos de saúde.
A tecnovigilância é o sistema de vigilância de eventos adversos e queixas técnicas de produtos para a saúde na fase de pós-comercialização, com vistas a recomendar a adoção de medidas que garantam a proteção e a promoção da saúde da população.
O evento adverso é um dano ocasionado por um produto para a saúde a um usuário ou paciente, tendo a sua utilização sido realizada nas condições e parâmetros prescritos pelo fabricante no processo de registro deste produto na ANVISA. Foi notificada à Gerência de Risco do H.S.E. a ocorrência de seis casos de eventos adversos associados a uma determinada marca de sonda de alimentação enteral, em lotes distintos, que apresentaram padrões semelhantes do problema em todas as notificações.
Em todas as notificações houve rompimento da porção terminal metáica, que se desprendeu do produto no interior dos pacientes. Um desses, ocorrido com uma criança, foi o mais grave, já que o fragmento ficou retido no organismo, com risco de obstrução intestinal, havendo necessidade de intervenção invasiva para remoção.
No caso da sonda nasoenteral, a quantidade de notificações de eventos adversos colaborou para a substituição no hospital da marca da sonda em questão. Gerou, também, um alerta da ANVISA para que todas as unidades de saúde monitorem o desempenho da sonda e a realização de busca ativa semanal, pela Gerência de Risco, para o monitoramento do uso da sonda nasoentérica no hospital. Consideramos, portanto, que a prática da vigilância dos produtos hospitalares é fundamental para oferecermos aos pacientes uma atenção com qualidade e segurança e aos profissionais mais segurança no desempenho de suas tarefas. A atuação dos profissionais de saúde no processo de vigilância é essencial para o sucesso do projeto, já que estes lidam diretamente com os produtos adquiridos pela instituição.
Design e Desenvolvimento: Equipe de Desenvolvimento Web do C.P.D.