Você está em: Home >>>> Profissionais de Saude >>>> Boletim Epidemiológico >>>> Perfil dos genóipos do vírus da Hepatite C nos pacientes notificados no H.S.E. entre 1999 e 2006
Rezende, L.1; Matos, H.J.2; Tarso, P..3; Porto, L.C.S.4; Pereira, A.G.L.2; Escosteguy, C.C.2
1 Doutoranda do PGCM da UERJ; 2Serviço de Epidemiologia /H.S.E. / M.S. / R.J. ; 3Setor de Hepatologia do H.S.E. / M.S. / R.J.; 4 Laboratório de H.L.A. da UERJ
A distribuição dos genótipos do vírus HCV (VHC) é variável segundo as regiões geográficas do globo. Os genótipos 1a, 1b, 2a, 2b e 3 são mais encontrados nas Américas do Sul e do Norte, Europa, Rússia, China, Japão, Nova Zelândia e Austrália; o genótipo 4a, no Oriente Medio, na África Central e Setentrional; o genótipo 5, na África do Sul; o genótipo 6a, no sudeste da Ásia (NOSBAUM, 1998, p. 29-33,; OSOBA, 2002, p. 7-12).
No Brasil, Campioto e col fizeram um estudo sobre a distribuição dos genótipos coletadas de pacientes cronicamente infectados pelo VHC, em laboratórios de diferentes cidades do país, sendo demonstrado que 64,9% eram do genótipo 1; 4,6% do genótipo 2; 30,2% do genótipo 3; 0,2% do genótipo 4, e 0,1% do genótipo 5. Em todas as regiões, o genótipo 1 foi o mais freqüente, principalmente na região norte; o genótipo 2 foi mais prevalente na região centro-oeste, especialmente no Mato Grosso, enquanto que o genótipo 3 foi mais comum na região sul; os genótipos 4 e 5 foram raramente encontrados (CAMPIOTTO, 2005,p.41-49)
O genótipo do VHC tem um importante papel na resposta ao tratamento antiviral. O genótipo 1 é mais resistente ao tratamento com interferon em comparação com os genótipos 2 e 3 (MING-LUNG, 2008, p 1884-1893).
Os casos de hepatite C tratados no HSE são encaminhados para genotipagem no Laboratório de HLA da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
Foram analisados os casos encaminhados pelo HSE ao Laboratório de HLA da UERJ entre 1999 e 2006. Na tabela 1 são apresentadas as distribuições de freqüências simples e percentuais quanto aos resultados de genotipagem do HLA-Laboratório da UERJ nos 512 pacientes procedentes do HSE, analisados no período.
Nos 512 pacientes observamos predomínio do genótipo 1 e seus subtipos, num total de 439 pacientes equivalentes a 85,9%. Sendo 28 pacientes do genótipo 1, nos quais não se conseguiu caracterizar o subtipo, perfazendo 5,5%. Havia 176 pacientes com o subtipo 1a, perfazendo 34,4%. Havia 235 pacientes com o subtipo 1b, perfazendo 45,9%. Havia 1 paciente com o subtipo 2a, perfazendo 0,2%%. Havia 4 pacientes com o subtipo 2b, perfazendo 0,8%. Havia 1 paciente com o genótipo 3, perfazendo 0,2%. Havia 65 pacientes com o subtipo 3a, perfazendo 12,7%. Havia 2 pacientes com o genótipo 4, perfazendo 0,4%.
| Genótipo | n | % | |||||
|---|---|---|---|---|---|---|---|
| 1 | 28 | 5,5 | |||||
| 1a | 176 | 34,4 | |||||
| 1b | 235 | 45,9 | |||||
| 2a | 1 | 0,2 | |||||
| 2b | 4 | 0,8 | |||||
| 3 | 1 | 0,2 | |||||
| 3a | 65 | 12,7 | |||||
| 4 | 2 | 0,4 | |||||
| Total | 512 | 100,0 | |||||
| Fonte : HLA - Laboratório da UERJ | |||||||
Fonte: HLA-Laboratório da UERJ
Os resultados mostram que a distribuição dos genótipos nos pacientes provenientes do HSE está de acordo com os dados para o Brasil. Entretanto, a proporção do genótipo 1 foi maior do que o esperado, enquanto que a proporção do genótipo 3 foi menor do que o registrado em outros dados brasileiros.
Este estudo terá continuidade com o estudo de correlação entre dados de notificação e os dados da genotipagem.
Referências bibliográficas::
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